segunda-feira, 30 de maio de 2016

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pelo fim da violência contra à mulher!


DA CULTURA DO ESTUPRO A VIOLÊNCIA DO ESTADO

NÃO NOS CALAREMOS!

BASTA DE VIOLÊNCIA MACHISTA!


O estupro realizado por 30 homens a uma adolescente de 17 anos causou indignação tanto nas redes sociais como na sociedade no Brasil. A adolescente estava sob efeito de álcool e outras substâncias e assim não tinha como reagir com a violência que sofreu. A indignação da sociedade brasileira é de imenso repúdio e nojo por este ato.

O fato é que estes criminosos  não satisfeitos com tamanha violência ainda expuseram nas redes sociais o crime ridicularizando e banalizando a monstruosidade do ato, ou seja, trata a adolescente como mero objeto de uso.

Sabemos que ouviremos nesta sociedade machista as seguintes afirmações: “Ela usou droga por que quis” ou “Deu bobeira, foi amassada”, ou aquelas argumentações já conhecidas de que “ela não deveria estar naquele lugar, com aquela roupa”, entre outros e são evidências de quanto o machismo e a violência, sobretudo a sexual, são naturalizados em nossa sociedade, o quanto a responsabilização da vítima é vista como elemento de ponderação para avaliar os casos, o quanto nossa liberdade e poder de decisão são ignorados cotidianamente.

No vídeo fica explícito que os criminosos sabiam o que estavam fazendo pois zombavam através da ideologia machista onde afirmam que as mulheres são meras mercadorias e objetos que podem ser  tratadas de qualquer maneira.

O machismo é tão sorrateiro que a mãe de um dos estupradores reproduz a opressão quando tenta justificar dizendo que “o filho errou, mas quem o conhece sabe que ele não é assim”! A imprensa também reproduz o machismo quando sempre afirma nos noticiários que a vítima era usuário de drogas há três anos e joga que a violência foi um “suposto” estupro coletivo!

É importante dizer que o acontecido foi um crime, uma violência contra a mulher e não existe justificativa!

Hoje o Brasil ocupa o quinto lugar em assassinatos em mulheres dentro de 84 países e  a cada 5 minutos uma mulher é espancada, a cada 10 segundos uma é estuprada.

No último ano ocorreram 4725 estupros em todo o Estado do RJ uma média de 5,5 casos por 10.000 habitantes ou seja, a cada 2h e 20 minutos uma mulher no Rio de Janeiro é estuprada. A Praça Seca, o local onde ocorreu a violência de acordo com o último Dossiê Mulher fica em 13o no ranking em casos de estupro.

As mulheres mais atingidas são as trabalhadoras e negras, pois moram em ruas mal iluminadas,  sofrem com assédio sexual constante nos transportes coletivos .

No governo federal do PT/PMDB houveram  cortes do orçamento para o combate a violência ou seja, se antes cada mulher  para não sofrer violência valia apenas R$ 0,26 hoje vale menos ainda. E mesmo assim,  governo   ataca brutalmente quando cria um único Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, fazendo um balaio de gatos das secretarias de Direitos Humanos; de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e de Políticas para Mulheres no governo de Dilma Roussef e hoje no governo de Temer a Secretaria de Mulheres se subordinada ao Ministério da Justiça.

O machismo é tão latente que  é demonstrado através do Deputado Federal Eduardo Cunha (PMDB) autor da PL 5069/13 que  criminaliza a mulher estuprada e não penaliza o estuprador ou quando o Deputado Federal Pedro Paulo (PMDB) agressor de mulher é indicado pelo prefeito do RJ Eduardo Paes como seu sucessor nas próximas eleições a prefeitura do Rio de Janeiro de 2016.

Atualmente, aumenta cada vez mais dentro das unidades escolares adolescentes sendo agredidxs por causa da homofobia e do  machismo. O que nos demonstra que a sociedade em que vivemos é patriarcal não levando  em conta as desigualdades que alimenta a exploração.

A função da escolas/creches é educar com instrumentos adequados na pedagogia sobre a sexualidade, igualdade de gênero e diversidade sexual.

Neste sentido, os acordões entre os governos e a bancada conservadora, como o que impediu a ida dos kit’s anti homofobia para as escolas em 2011, que não implementa um programa efetivo de educação contra a violência machista.

Sabemos que o descaso com a pauta das mulheres segue no atual governo Temer/PMDB e que a oposição do PSDB tão pouco tem compromisso com nossos interesses. Por isso, para arrancarmos qualquer conquista é necessário seguirmos intensificando a nossa luta, junto com a classe trabalhadora, derrotando todos os ataques dos governos e da bancada conservadora; impondo a discussão sobre o machismo e todas as formas de opressão nos diversos espaços como brilhantemente têm feito os secundaristas nas ocupações de escola e os trabalhadorxs em suas greves e mobilizações; realizando manifestações e fazendo repercutir casos como esse estupro coletivo, que passaria isento pela imprensa burguesa.

Muitas de nós, já tombaram nas fábricas, nas escolas, nos transportes coletivos, nas ruas escuras. Não deixaremos que sejam esquecidas! É preciso transformar toda nossa indignação em força para lutar, é necessário seguirmos firmes na tarefa de destruir essa sociedade capitalista que reproduz e incentiva o machismo e toda forma de opressão para garantir seus lucros. 

Nenhuma mulher a menos! Nenhuma mulher merece ser estuprada! Não aceitaremos mais nenhuma mulher vitima da violência machista! Punição aos estupradores! 1% do PIB para as políticas de combate a violência contra a mulher! Basta desses governos que oprimem e exploram as mulheres trabalhadoras!

Secretaria de Gênero e Combate à Homofobia

SEPE Regional IV

quarta-feira, 3 de novembro de 2010